img { max-width: 100%; height: auto; width: auto\9; /* ie8 */ }

Tags

vem logo velhice


vem logo velhice vem logo morte vem logo após
venha o que tiver que ser que eu quero ver logo os nós
que há para desatar onde sou meu próprio deus
e de mim meu próprio herege e de mim meu próprio ateu

vem logo consumação vem desgraça vem juízo final
sou meu próprio advogado sou meu próprio tribunal
sou meu próprio algoz sou lâmina e guilhotina
sou espingarda e punhal eu sou minha estricnina

vem cristo vem dom Sebastião vem Apolo vem elias
vem apocalipse vem guerra nuclear no ventre de mil ogivas
eu sou minha bomba h sou meu dia d sou meu raio x
quero a próxima fase quantas são as minhas vidas quem é aquele que o diz

venham prazeres e horrores o que alteia o que oprime
sou minha própria sentença como sou meu próprio crime
venham para o desafio que vos fiz e que renovo
que mesmo covarde sendo não temo não eu não temo pois o jugo desaprovo

seja inferno ou paraíso eu sou meu próprio destino
sou teu eterno oponente no combate que abomino
venham ao centro da terra ao coração dos infernos
vamos ao cu do abismo no núcleo do mais interno

vamos se há deuses e demônios se há magia e candomblé
quero ver como é que fica quero saber qualquié
cruz de Hitler cruz de caravaca cruz de malta credo em cruz
rosa-cruz maçonaria astrologia dez mil espelhos sem luz

bebo a porra de teseu dou o cu ao minotauro
chupo o cacete de Zeus cago no pau de um centauro
cuspo no santo graal de alguma forma é possível
constranger-vos deuses tolos falanges do incognoscível

bato na cara da morte mesmo tomado de horror
mas eu preciso saber porque preciso saber quem sou e pra onde vou

2 comentários:

Anônimo disse...

No Chuang-tzu (livro que reúne os ensinamentos da espiritualidade taoísta,), segundo Ken Goffman e Dan Joy (in "Contracultura através dos tempos"), "as palavras existem por causa de seu significado; assim que tiver captado o significado, pode esquecer das palavras". Assim, nesta levada metalinguística, calo-me, pois os melhores adjetivos ficariam aquém no esforço de exprimir o efeito que sua poética causa em quem aprecia a nobre arte da descrição e do relato sobre a condição humana. Parabéns, Daguma! De seu grande admirador e eterno amigo, Daniel.

valeu, dan.
o caso é que mesmo que inteiormente venhamos um dia, em tese, a saber o significado da existencia, que coisa gostosa é brincar com as palavras...
abraço.