não sei que cousa é a paz
não sei que cousa é esta que em mim isto faznão sei que cousa é a paz
quem tece estes fios?
quem urde a verdade?
quem impõe os deveres e inventa felicidades?
nem suponho o absurdo de que fala o meu vizinho
o que vem a ser a ciência?
quem ordena o sentir?
quem define o que é belo
e produz as ironias e comanda os martelos?
nem paciência me assiste que suporte tanta algema
quem em mim pôs tal diadema?
que vem a ser esperança?
quem dá ouvidos ao amor?
quem costura primaveras? quem nutre a carne da flor?
quem veio aqui com esta cousa de trancar portas à aldabra?
quem me diz tira esta barba?
de quem a história das artes?
que doudo deu-se ao criar dos ritos?
que diabo é um ideal? o que vem a ser um mito?
que tenho eu a ver com o que tu chamas meu mundo?
que sei eu da noite antiga
em que capto apenas que existo?
desadoro compromisso desconfio de alianças
tiro da alma os seus guizos e desmemoro a lembrança
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