estou sentado na sala

estou sentado na sala
nu com meu poema
pus a cabeça à mão direita
estou pensando em me matar
tu entretanto
arrumas o tripé no vão da alma
apontas a objetiva em meu silencio
estou com as pernas cruzadas
nu com minha calma
pus o poema à mão esquerda
estou pensando em o queimar
tu porém
testas o foco pra fixar a luz do eco
espocas flashes nos calendários siderais
estou em pé no hall da história
nu com minha culpa
trago à mão direita uma ampulheta
estou pensando em alisar os teus cabelos
tu contudo
no vão etéreo dos guarda-sóis de tuas luzes
focas pra dentro o negativo do teu próprio ser
estou de cócoras sobre o mundo
nu com minha pena
o chão se deixa escrever sob meus dedos
estou pensando em teu sexo
tu todavia
preparas o cenário ilusório dos orgasmos
estendes o edredon sobre o abismo e flutuas
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