criatura

da tessitura com que te fizeram
sobrou material para três pirâmides
e niemeyer trabalhou três meses
na curvatura do teu dorso insano
necessitou-se trinta e três jazidas
de diamantes pra forjar o brilho
que eu julgava a estrela do oriente
e eram teus olhos me traumatizando
depois confúcio pensou por três anos
a forma pura do nariz que ostentas
freud endoidou te analisando
vieira te banhou em água benta
picasso ao ver-te nunca mais faria
se não rabiscos se não garatujas
da vinci reproduziu teu sorriso
augusto só via urubus e corujas
nero quando te viu pegou da tocha
e pra te iluminar pôs fogo em roma
salomão falava em éguas o palhaço
davi viu-te em basebah ò minha dona
contente alexandre preparou bucéfalo
para conduzir você pelo oriente
e foi por ti e não pelas moedas
que judas na figueira fez-se ausente
o tocha humana antes não era tocha
do superman foste a kriptonita
o homem-aranha enredou-se em tua teia
E a mary jane enforcou-se numa fita
joana d’arc ao ver-te fez-se lésbica
bethoveen para ti compôs a quinta
woyjtyla quase abandonou a batina
manabu mabe é em ti que pensa quando pinta
noel pra ti fez o feitiço da vila
jesus não sabe que eras madalena
moisés quando te viu tremeu-lhe a vara
e jeremias de tão triste dá-me pena
e eu de boca aberta e jubiloso
dei gritos de triunfo e o estandarte
ergui desde a aurora até o crepúsculo
são teus o meu amor e a minha arte
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