eu juro não escrever os teus poemas

eu juro não escrever os teus poemas
e juro não estar só na madrugada
me entregando à dor da tua ausência
juro não confessar minha dependência
e juro não mendigar teu aconchego
prometo não tomar-te em meu abraço
tentando adiar tua partida
eu juro me conter na despedida
e não prender meu rosto em teu regaço
eu juro revestir meu rosto de aço
minha língua apenas falará coisas amenas
e eu juro não usá-la em
desabafos
teu abajur põe luz em toda a carne
teu hálito
teus hábitos
teu habitat
teu cálice de mel a mim vedaste
eu juro não pensar no que te fira
eu juro me esconder no meu silencio
eu juro blues e jazz na noite ácida
e a frente do palácio eu juro maravilha
não vou pichar com os nomes da gente
mas como
apagar
da minha
mente
a madrugada a desvelar-te lentamente
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