paradoxo

esqueço porque
não posso lembrar
que os meus paradoxos
já não tem nexo
deixa estar
e expresso porque
preciso calar
meus falidos versos
são pálidos restos
deixa pra lá
mas a gente continua
olhando pra lua
quando há luar
me esqueço do teu nome
percorrendo o mundo inteiro
sempre no mesmo lugar
e fujo porque
preciso enfrentar
fantasmas duendes
peneiras e redes
desde já
culpado porque
não posso provar
inocência que almeja
com antigos preceitos
modernizar
ir em frente ao principio
pro amor derradeiro
primeiro amor
não me lembro do endereço
mas teus olhos são faróis
que não podem me guiar
e vivo porque
eu morro de amor
e a incoerência
faz parte da crença
cresça já
e escondo porque
eu sei revelar
mistérios tão fundos
que os teus olhos mudos
vão falar
que eu estou ficando doido
lúcida loucura
de compreender
que não compreendo tudo
que deixei de ser criança
aprendendo a não crescer
insulto porque
eu sei respeitar
verdades tão claras
que a palavra rara
calará
e espalho porque
preciso ajuntar
de restos sem nexo
os meus paradoxos
e formar
dessas crenças absurdas
teorias mudas
canteiros em flor
não conheço o itinerário
não sei onde vou chegar
saio de lugar nenhum
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