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quente



e se eu colher a flor do seu sorriso

transformo essa secura e essas cigarras

em umidade quente como a gente

no meio dessa gente indiferente



e se eu tirar o veu da tua alma

eu rompo a fronteira entre este lago

e esta cidade quente como nós

no meio desta triste urbe sem voz



e se eu provar do mel da tua boca

será a sensação de erva ou pó

ou qualquer coisa quente como um beijo

de um fauno ardendo em febre de desejos



e se eu sugar teus dentes com volúpia

convenço-te da inutilidade

deste poema quente ao falar-te

são teus o meu amor e a minha arte



no meio dessa gente indiferente

no meio desta triste urbe sem voz

de um fauno ardendo em febre de desejos

são teus o meu amor e a minha arte

Música: Mansur
Letra: Dagomé
Voz: Cláudia Rizzo

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