NADA DO QUE SOU ME FAZ INTEIRO
nada do que sou me faz
inteiro
nada no atoleiro me segura
funda a sepultura e não me afogo
folgo junto à pútrida manilha
o verão
tenta o disfarce do sol
eu anoiteço
nada do que enxergo me acomoda
ladra o cão à lua
automóveis
galgo teus degraus mas tão sem viço
no entanto vivo
e permaneço a primavera
tenta o engano da flor
eu espinheiro
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