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minha deusa complexa




minha deusa complexa fartou se de aqui
minha coisa completa furtou-se de mim
minha causa imperfeita enfartou-se assim
tinha farsa inquieta meu sonho não/sim

vinha garça discreta da cor do luar
que desgraça indigesta esta a me amargar
que nefasta ninfeta já quase a trintar
quis trincar minha testa tostou meu jantar

Minha ninfomaníaca mudou-se a pé
Minha selva sinfônica sumiu pro tibet
Uma salva de vaias pro vil dagomé
Ou um silvo de naja e um pico em seu pé

E que morra na beira do paranoá
E que morda a si mesmo no vão pelejar
E que suje a mordaça com sangue a jorrar
Pelos cantos da alma se alma nel’há

era falsa finesse a que eu simulacrei
era valsa vienense o meu hardcore gay
peraí seu menino eu sei quando dancei
fera mansa acuada tip’ovelha sem grei

fora isso ativismo pacíficovarde
borá manso tão limpo no final da tarde
que eu descanse em paz deus me livre e guarde
vou-morar no ABC quando pronta a cidade

estou muito improvável às tres da manhã
é possível que chova na alma não sã
dezesseis mil goteiras na vã telha vã
o diabo o carregue tédio de satã

você ri do meu tombo de bêbado bardo
mas não vê que por dentro eu bárbaro ardo
entre rosas de fogo entre ramos de cardos
sucumbido ao peso de mim/mesmo fardo

vou tomar na cozinha um copo de café
você está sozinha ou percebe-me em pé
no vão da porta aberta da kit que quer
que furtivo a visite e lhe inculque minh’fé

minha doida solícita favor se oriente
minha cor favorita é amarelo oxente
minha dor tá explícita na cara da gente
minha métrica/rima é pobre e demente

o meu verbo invencível perdeu cabedal
enfiei minha língua no vão do embornal
é dia de finados não é carnaval
apois é tale coisa etecetera e tal

vai ser muito difícil vai ser rúim pra dedéu
tua ausência presente e eu já sou tão incréu
 inda mais engrossando a espessura do véu
que separa meu ácido do teu acre mel

Flor-de-lótus colheu-se a si mesma do brejo
Era dura a sentença do vil vilarejo
E sem música ou podium ou happy’end ou beijo
Ce fundiu minha cuca e fudeu meu desejo

Não é brás nem bexiga  nem largo do arouche
O lugar que insiste que o nó eu afrouxe
E liberte sem pejo a tristesse que eu trouxe
em tua chávena de ouro mil lágrimas doces

tudo isso que teço é logrando dizer
que um feitiço gostoso grudou-se em meu ser
como visgo de jaca e eu ateu julgo crer
e rezo pra jesus meu pedido atender:

que eu nunca me acostume a ficar sem você


Quadro da galeria de Sakuro Onoyama

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