Caldo de Cana e Pastel ou: A Solidez da Solidão
a solidez da solidão toca sua tumba na ceilandia
antítese da Disneylândia hospedeira da ilusão
ela se cria totalmente em nordestino material
farinha pouca e rapadura nos desvãos do seu embornal
domingo à tarde na feira
caldo de cana e pastel
coisa bonita de olhar
mesmo com ausência de mar
é esse céu esse céu
do velho chico ou Parnaíba pra capital sem capital
deixei a minha namorada e as bananeiras do quintal
mala de sola sol a pino minha chorando na jinela
eu vim-me embora pra ceilandia pra o ano eu volto em minha terra
a gente migra mas a alma num tem quem possa ver migrano
senta num banco de três pernas fogão de lenha lhe aquentano
a gente pensa para o ano a gente pensa todo dia
eu vou voltar pra minha terra comer torresmo com farinha
a solidão a insensatez de permanecer labutando
nas copas e jardins dos lagos capacho do doutor fulano
eu também quero a burguesia eu também quero todo ano
casa de praia na Bahia bem longe do doutor sicrano
1 comentários:
Esse sonho todo ser do genero humano tem, esse senso profano de conquistar a almejada burguesia, pregando um projeto meio hipocrita de igualdade sem perder norte meio sacro do ideal socialista sem esquecer as origens e nem se tornar adepto da fidalguia opressora. ou seja: sem se inumanizar. sonhemos então!
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